Aqueles que sempre estiveram à minha volta, mais próximos, devem ter alguma idéia sobre a importância que o Parkour tem em minha jornada por essa vida. Acho que na verdade essa prática acaba se tornando importante para a vida de qualquer um que se atreve a explora-la profundamente, como de fato fiz. Parece que foi ontem que eu, até então um recém-embarcado na vida universitária, ousei sair de casa para imitar alguns saltos que havia acabado de assistir no Youtube. Esses vídeos mostravam uns caras franceses se deslocando pela cidade de uma forma desconhecida até então, desafiando a idéia que tínhamos sobre as capacidades de movimento que nosso corpo pode oferecer. Bom, na verdade eu não estou aqui para falar sobre o Parkour isoladamente, mas tenho sentido vontade de me expressar sobre os últimos capítulos dessa minha aventura através dessa prática. E nada melhor do que vir tirar as teias desse blog para realizar esse feito !
Há mais de um ano senti que era o momento de me afastar do Parkour, de descobrir coisas novas. Foi um ano de muitas mudanças em minha vida pessoal e profissional. Me dei conta que era tempo de observar o Parkour de longe, e isso estava bem claro para mim naquele momento. Depois de mais de uma década completamente imerso na atividade, eu ainda não havia provado da sensação de simplesmente não levar mais a sério a prática, eu nunca havia passado sequer alguns dias sem me relacionar com o Parkour de alguma forma. Mas as antigas motivações já não faziam mais sentido pra mim, e me vi dentro de uma situação em que eu não conseguia continuar fazendo o que sempre havia feito até então. Foi duro aceitar e demorou algum tempo. Na teimosia, tentei não parar, não abandonar meus projetos envolvendo a prática. Haviam pessoas que contavam comigo. Acho que nesse período decepcionei colegas e aqueles que esperavam algo de mim, pois não consegui dar meu melhor. O Parkour não só me trouxe um corpo mais apto, mas me moldou interiormente, me trouxe o desejo de me tornar alguém melhor em todos os aspectos, e me tornou de fato. Por isso, eu senti grande dificuldade em me afastar, mesmo sabendo que era um passo necessário para continuar minha jornada. Naquele momento, foi como me afastar de mim mesmo.
Quando me lembro de quem eu era antes de ingressar na atividade, eu mal consigo me reconhecer. Acho que eu era um tanto perdido sobre o que eu queria fazer da minha vida, sobre minha própria identidade. Acho que me reconheci através do Parkour e me tornei alguém mais assertivo em minhas próprias decisões. Não que eu tenha cometido somente acertos durante esses anos de treino. Na verdade cometi inúmeros erros. Já entrei em muitos debates desnecessários por acreditar que minha visão era de alguma forma superior à visão de outras pessoas. Já coloquei meu corpo em risco algumas vezes, já fui cegado pelo ego assim como muitos praticantes são quando começam a desenvolver suas habilidades. Aprendi e ainda aprendo com cada erro que cometo no meio do percurso.Recentemente voltei a treinar Parkour com regularidade, depois de um ano longe. Nesse tempo não deixei de me exercitar regularmente e de ter um bom condicionamento físico. Por isso, essa minha volta não tem sido difícil, apesar de estar um pouco mais pesado e lento.
Hoje, com 30 anos de idade, depois de tudo que já vivi nesse meio, me vejo em um momento de recomeço. Sinto-me íntimo novamente à prática e motivado a “recomeçar”. Uma vez li em algum lugar que às vezes precisamos nos distanciar de tudo aquilo que estamos acostumados a ter e a fazer, para que possamos nos auto avaliar, tirar o que atrapalha e manter o que é essencial. Como se pudéssemos visualizar nós mesmos do lado de fora e entender com exatidão sobre nossas atitudes e nossos caminhos. Talvez tenha sido isso que andei fazendo nesse período, mesmo sem premeditar ou calcular meus atos. Hoje, mesmo treinando e voltando a focar no Parkour, não tenho me envolvido ainda com projetos específicos, aulas ou divulgações. Por enquanto quero manter as coisas na forma simples, estar apenas como estive nos meus primeiros anos de prática, treinando, conhecendo pessoas, continuar aprendendo e evoluindo como praticante e como pessoa. Como mencionei antes, minha personalidade está muito ligada a essa prática, e sinto dificuldade em falar de mim mesmo sem falar de Parkour. Acho que esse foi o meu maior aprendizado nessa fase em que andei afastado, pude dimensionar melhor a importância que essa atividade teve e tem no meu propósito de vida. Não sei ainda o que virá pela frente, mas sei que aquilo que eu decidir fazer daqui por diante, será construído sobre uma base mais sólida e mais fiel ao meu relacionamento com a atividade.
O Parkour sempre pertenceu àqueles suficientemente ousados para explorá-lo em sua essência, vive-lo no dia-dia. Quando deixamos essa mentalidade morrer, nos desconectamos da prática, mesmo as vezes achando que não ! Esse pensamento me faz lembrar de alguns praticantes “especiais” os quais sempre admirei, tanto aqui no Brasil quanto no exterior. Alguns deles até bem conhecidos na comunidade. Aqueles que por muitas vezes recusam estar entre os holofotes para preservarem a relação que possuem com o Parkour, abrem mão de fazerem parte de coisas “grandes” para seguirem fiéis aos seus próprios caminhos. Que possuem identidade própria e não se deixam levar por tendências momentâneas. São eles os verdadeiros canais de transmissão da prática, afinal eles são a própria prática, a ação, o verbo. Quem está nesse meio, sabe bem quem são essas pessoas. Penso que são elas o maior motivo de essa prática permanecer viva. Querendo ou não essa forma individual de ser e agir sempre representou a maior contribuição que podemos dar a comunidade do Parkour, muito maior que a formação de grupos, associações, projetos, divulgações. E hoje isso está novamente bem claro pra mim, assim como esteve à uma década atrás.
Há mais de um ano senti que era o momento de me afastar do Parkour, de descobrir coisas novas. Foi um ano de muitas mudanças em minha vida pessoal e profissional. Me dei conta que era tempo de observar o Parkour de longe, e isso estava bem claro para mim naquele momento. Depois de mais de uma década completamente imerso na atividade, eu ainda não havia provado da sensação de simplesmente não levar mais a sério a prática, eu nunca havia passado sequer alguns dias sem me relacionar com o Parkour de alguma forma. Mas as antigas motivações já não faziam mais sentido pra mim, e me vi dentro de uma situação em que eu não conseguia continuar fazendo o que sempre havia feito até então. Foi duro aceitar e demorou algum tempo. Na teimosia, tentei não parar, não abandonar meus projetos envolvendo a prática. Haviam pessoas que contavam comigo. Acho que nesse período decepcionei colegas e aqueles que esperavam algo de mim, pois não consegui dar meu melhor. O Parkour não só me trouxe um corpo mais apto, mas me moldou interiormente, me trouxe o desejo de me tornar alguém melhor em todos os aspectos, e me tornou de fato. Por isso, eu senti grande dificuldade em me afastar, mesmo sabendo que era um passo necessário para continuar minha jornada. Naquele momento, foi como me afastar de mim mesmo.
Quando me lembro de quem eu era antes de ingressar na atividade, eu mal consigo me reconhecer. Acho que eu era um tanto perdido sobre o que eu queria fazer da minha vida, sobre minha própria identidade. Acho que me reconheci através do Parkour e me tornei alguém mais assertivo em minhas próprias decisões. Não que eu tenha cometido somente acertos durante esses anos de treino. Na verdade cometi inúmeros erros. Já entrei em muitos debates desnecessários por acreditar que minha visão era de alguma forma superior à visão de outras pessoas. Já coloquei meu corpo em risco algumas vezes, já fui cegado pelo ego assim como muitos praticantes são quando começam a desenvolver suas habilidades. Aprendi e ainda aprendo com cada erro que cometo no meio do percurso.Recentemente voltei a treinar Parkour com regularidade, depois de um ano longe. Nesse tempo não deixei de me exercitar regularmente e de ter um bom condicionamento físico. Por isso, essa minha volta não tem sido difícil, apesar de estar um pouco mais pesado e lento.
Hoje, com 30 anos de idade, depois de tudo que já vivi nesse meio, me vejo em um momento de recomeço. Sinto-me íntimo novamente à prática e motivado a “recomeçar”. Uma vez li em algum lugar que às vezes precisamos nos distanciar de tudo aquilo que estamos acostumados a ter e a fazer, para que possamos nos auto avaliar, tirar o que atrapalha e manter o que é essencial. Como se pudéssemos visualizar nós mesmos do lado de fora e entender com exatidão sobre nossas atitudes e nossos caminhos. Talvez tenha sido isso que andei fazendo nesse período, mesmo sem premeditar ou calcular meus atos. Hoje, mesmo treinando e voltando a focar no Parkour, não tenho me envolvido ainda com projetos específicos, aulas ou divulgações. Por enquanto quero manter as coisas na forma simples, estar apenas como estive nos meus primeiros anos de prática, treinando, conhecendo pessoas, continuar aprendendo e evoluindo como praticante e como pessoa. Como mencionei antes, minha personalidade está muito ligada a essa prática, e sinto dificuldade em falar de mim mesmo sem falar de Parkour. Acho que esse foi o meu maior aprendizado nessa fase em que andei afastado, pude dimensionar melhor a importância que essa atividade teve e tem no meu propósito de vida. Não sei ainda o que virá pela frente, mas sei que aquilo que eu decidir fazer daqui por diante, será construído sobre uma base mais sólida e mais fiel ao meu relacionamento com a atividade.
O Parkour sempre pertenceu àqueles suficientemente ousados para explorá-lo em sua essência, vive-lo no dia-dia. Quando deixamos essa mentalidade morrer, nos desconectamos da prática, mesmo as vezes achando que não ! Esse pensamento me faz lembrar de alguns praticantes “especiais” os quais sempre admirei, tanto aqui no Brasil quanto no exterior. Alguns deles até bem conhecidos na comunidade. Aqueles que por muitas vezes recusam estar entre os holofotes para preservarem a relação que possuem com o Parkour, abrem mão de fazerem parte de coisas “grandes” para seguirem fiéis aos seus próprios caminhos. Que possuem identidade própria e não se deixam levar por tendências momentâneas. São eles os verdadeiros canais de transmissão da prática, afinal eles são a própria prática, a ação, o verbo. Quem está nesse meio, sabe bem quem são essas pessoas. Penso que são elas o maior motivo de essa prática permanecer viva. Querendo ou não essa forma individual de ser e agir sempre representou a maior contribuição que podemos dar a comunidade do Parkour, muito maior que a formação de grupos, associações, projetos, divulgações. E hoje isso está novamente bem claro pra mim, assim como esteve à uma década atrás.