domingo, 9 de novembro de 2008

“A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável”

Nesses últimos meses tenho pensando com muita freqüência sobre o projeto do qual faço parte, onde realizamos treinos semanais na 303 sul aqui em Brasília. Tenho passado por meses onde tenho me sentido na obrigação de me dedicar a muitas outras coisas extra – Parkour, porém, sempre tentando manter um certo ritmo de treinos, principalmente aqueles em que realizo sozinho. Fico um pouco chateado de não conseguir dar conta de aparecer sempre para compartilhar treinos com meus amigos, ou mesmo poder instruir aqueles que estão iniciando, e é justamente por isso que resolvi fazer essa postagem. Eu ficaria muito contente se aqueles que estavam mostrando determinação nos treinos pudessem ler isso.

As vezes é desanimador chegar a um determinado local onde você costuma realizar treinos com seus amigos, e não encontrar ninguém, ou mesmo encontrar menos gente que o normal. Muita gente mesmo encara isso como um ótimo motivo para parar de treinar, diminuir o ritmo, ou até mesmo desistir do Parkour. Isso me faz lembrar daquelas pessoas que pagam para fazer uma arte marcial e mal praticam ela, a não ser que esteja alguém mandando ela fazer isso durante a aula, e depois saem para suas casas esquecendo totalmente do que foi aprendido, ou seja, vivem aquilo só nos momentos de aula.

Por mais que o Parkour vire algo comercial, e que criem escolas de Parkour por ai, minha preocupação está no meu comprometimento com o espírito que essa atividade nos ensina a desenvolver. Projetos, ou coisas desse tipo, estão nascendo e acabando o tempo todo, são instituições totalmente humanas. Me preocupo em passar para as pessoas aquilo que não acaba, que você pode encontrar dentro de você a qualquer momento, a verdadeira essência, aquilo que te faz acordar as 5 da manhã ou até mais cedo para treinar por que é o único horário que tem para fazer isso, ou mesmo aquele que faz você olhar para trás e ver o quanto isso te tornou uma pessoa melhor, melhor para a vida. É engraçado, porque a cada dia que passa, e o Parkour cresce, vejo o quão raro é encontrar esse espírito nos que dizem praticar Parkour, mas fico contente por aqueles que encontraram o caminho, e fizeram disso uma forma para realizarem grandes feitos fora do Parkour. Eu sempre procuro insistir nesse tipo de texto que fala sobre o Parkour como um estilo de vida, porque acredito que o melhor que ele tem a oferecer é encontrado somente dessa forma. Você pode ganhar músculos, ter ótima concentração, ótimos movimentos, mas nunca vai encontrar o principal se não começar a aplicar isso na sua vida. O Parkour é apenas um caminho, e não um fim.

Gostaria muito que aqueles que as vezes não encontram alguém mais experiente para orientar os treinos, começassem a tentar andar com as próprias pernas, e aplicar sozinho tudo o que já foi captado. Tem muitas coisas que é impossível aprender não estando sozinho, e na maioria das vezes são aquelas coisas que vão te fazer entender o porque de o Parkour não ser apenas um fim, e sim o caminho que você escolheu para usufruir da vida.

Bons treinos =)

3 comentários:

Rachacuca disse...

Hello Santiago.

Cara, gostei principalmente no finalzinho do texto, em que notavelmente você conseguiu organizar melhor seu raciocínio.

Percebe-se também que para escrever esse texto e compreendê-lo de fato é necessário ter experimentado as situações que você descreveu.

Mesmo que você direcione o texto para aqueles que começaram a treinar agora, precisa-se de uma maturidade de treino mesmo para assimilar a mensagem.

Parabéns pelo texto, comportamento e projetos.

Saudade de treinar em BSB. Mais que tudo do muro do metrô.

Até breve,

B.

Anônimo disse...

Conclusão sábia.

Elvis Marley disse...

Muito bom o texto, ajudará a expandir um pouco da idéia do parkour aplicado em nosso dia a dia para aqueles que ainda não vivem isso.

Parabéns pelo blog, ótimas informações, e pro caso de visitar o meu: ainda estou montando ele.

vlw, abraços.