Aee, finalmente meu primeiro post em terras inglesas. Cheguei bem, apesar de a viagem ter sido muito cansativa, entao ainda nao me recuperei por completo. Esse problema de fusorario 'e complicado, ainda preciso me acostumar. Bom, ainda nem pensei em treinar pois ainda estou me situando aqui. Pra mim 'e tudo novo e me sinto perdido em um labirinto, mas aos poucos creio que vou me situando melhor na cidade. Mas confesso que picos legais de Parkour eh o que nao falta. Existem muros de todos os tamanhos e coisas escalaveis por todo lado, ja estou aguniado pra sair treinando por ai. Creio que no proximo dia 29 irei participar de um treino da PKgen pra conhecer o pessoal la, mas com o tempo irei contando tudo aqui. Creio que meu amigo Pedro Thomas vai chegar em Londres nos proximos dias, entao ficarei ao aguardo dele para podermos sair desenfreadamente pelos picos. No momento estou hospedado em um Hostel com gente de todos os paises possiveis. Por sorte minha tem alguns Brasileiros por la que estao me ajudando na adaptacao. Bom, fico por aqui, logo mais posto mais noticias. Perdoem-me pelos erros de portugues, mas nao achei alguns acentos nesse teclado ingles. =/
Ate Breve!
Pedro Santigas
domingo, 27 de junho de 2010
domingo, 20 de junho de 2010
Reportagem sobre Parkour.
Recentemente dei uma entrevista para o Jornal Comunidade, aqui de Brasília. Acredito que houveram alguns equívocos no texto por parte da edição.
O primeiro é quando foi mencionado o fato de no Parkour ter como objetivo "ir além de seus limites". Então, eu gostaria de deixar claro que como eu sempre disse, no Parkour (pelo menos no Parkour que eu acredito) visamos a busca pela ampliação desses limites, através de muito treino e repetição, e não tentar ir além de nossos limites em momento algum.
O segundo equivoco, que foi mais uma falta de clareza, foi na parte que eu mesmo menciono que a Parkour Generations hoje, é quem dita a evolução do Parkour no mundo. Então queria deixar claro que acredito que hoje em dia a Pkgen dita essa evolução no sentido corporativo da coisa, e não no sentido do Parkour em si. Até porque acho que qualquer um pode contribuir para a evolução da prática em si. Tem gente que mistura até circo com Parkour por ai LOL
São só essas duas coisas bobas, fora isso ficou bem bacana. Ahh lembrei, teve a parte do "muro de 7 metros", mas deixa isso pra la....Quando passei a ver as coisas que meu amigo Mauricio faz aqui em Brasília em um treino, passei a não duvidar de mais nada quanto a longos saltos e grandes escaladas.
Agradeço ao Pessoal do Jornal Comunidade pela oportunidade. E também quero dizer que nos próximos dias estarei entrando na moda do momento, e se Deus quiser, embarcando rumo a Londres, onde ficarei por algum tempo para viver uma incrível aventura em clima de muita alegria e azaração. Brincadeira, mas nessa viagem pretendo principalmente treinar forte e trocar experiências com Tracers locais. Pretendo postar aqui sempre que possivel todos os fatos. Então é isso, rezem por mim.
Até breve!
segunda-feira, 14 de junho de 2010
As crianças e o bloqueio mental
Acho incrível a facilidade que as crianças num geral tem para se movimentar, a percepção que elas tem do ambiente. Elas estão em um período de descoberta do corpo, e ainda não possuem muitos traumas e bloqueios em suas mentes.
Saí para treinar na noite passada aqui no condomínio onde moro, já estava no período norturno, e incrivelmente fazia muito frio(sim, aqui e Brasília) lá fora. Fiz alguns exercícios simples para aquecer o corpo, e comecei a fazer um treino bem técnico, com alguns percursos buscando sempre uma maior variedade na movimentação. Só para deixar claro, esse local onde treino regularmente, se trata de um ambiente basicamente feito para crianças e jovens na pré-adolescencia, com uma pista de skate, e algumas estruturas construídas para elas brincarem.
Geralmente quando saio para treinar aqui no condomínio, procuro observar pela janela se há crianças brincando no local, pois me desanima um pouco treinar com elas por perto nas vezes que pretendo fazer um treino mais focado, buscando uma real evolução técnica ou física. Bom, o fato é que durante qualquer treino que eu faça que há crianças por perto, elas tendem a ficar perguntando muitas coisas e pedindo para eu repetir algum movimento milhares de vezes, se impressionam facilmente. E nas vezes que estou em um momento de busca por uma concentração maior, fica impossível fazer isso por conta da presença da criançada. Tirando essas vezes em que estou mais individualista, eu adoro mostrar e falar um pouco do Parkour para as crianças que se aproximam, pois tem umas que realmente são bem imprudentes desde a infância e precisam de uma instrução maior.
Bom, voltando aos fatos, estava eu lá concentrado em meu treino, quando surge um pequeno grupo de 3 pequenos travessos, cada um ali por volta seus 8 anos de idade. Como já era esperado, começaram a se espantar com qualquer simples salto de precisão que eu efetuava, e pediram para que eu fizesse mais vezes, dando até algumas dicas de movimentação para mim. È incrível como tudo se torna bem maior do que realmente é, quando se tem essa idade, não é mesmo? Então estava ali, acabado o meu treino, o jeito foi ir fazer alguns planches ainda ali por perto, porque pelo menos isso não é algo que precise de extrema concentração ao meu ver, é uma questão de usar a força e pronto GRRR.
Um dos meninos se aproximou de mim e me propôs uma brincadeira, que era a seguinte: atravessar toda a região onde fica uma grande estrutura “playground”, e chegar o outro lado. Mas isso com uma regra: todas as partes de coloração azul da estrutura não poderiam ser tocadas. Resumindo, era uma brincadeira totalmente relacionada ao Parkour, mesmo que ele não chamasse isso de Parkour. Infelizmente, eu tive que falar pra ele que eu não poderia participar, pois a estrutura possui uma placa escrito que é proibido o uso por adultos, e eu procuro respeitar isso, mesmo que as vezes e utilize as partes onde tem umas barras que são bem firmes e resistentes para se fazer algum exercício de condicionamento dos braços.
Mesmo eu não participando da brincadeira, eu o desafiei a tentar sozinho mesmo. O menino então topou e começou a escalar a estrutura. Fiquei “perpréctu” (como já diria Gil Brother), quando observei a facilidade com que garoto criava alternativas para se mover no ambiente, percursos que eu não conseguia enxergar antes de ele iniciar a brincadeira. Ele fez um percurso totalmente improvável para mim, e em alguns momentos em que eu achei que ele iria travar em medo de cair de estrutura, ele passou normalmente, sem exitar em hora alguma. Achei tudo muito incrível, principalmente a percepção corporal do menino. Isso me fez lembrar da minha infância, e nas coisas que eu costumava aprontar por ai sem medo algum. Lembro de uma vez que pulei de uma ponte de uns 20 metros para a água, com uns 12 anos de idade, e que hoje eu não sei se pularia. No final eu o parabenizei e disse que achei bem legal a forma como ele concluiu o trajeto. Depois disso passou algum tempo, fiz um alongamento, me despedi dos garotos e fui embora.
Eu sei que aprendi muito com esse menino. Desde o inicio dos meus treinos sempre tive muito bloqueio com altura, já tive muitas conquistas sim, evoluí, mas tenho que estar exercitando isso freqüentemente para não regredir. Tudo isso me fez refletir sobre os bloqueios mentais que adquirimos ao longo da vida, e que às vezes podem nos fazer mal. O fato é que no final, ganhei uma lição: Ás vezes as pessoas precisam confiar em seu próprio instinto, e as que exercitam ele freqüentemente(nós do Parkour por exemplo) precisam mais ainda.
Até Breve!
Pedro Santigas
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